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Apresentação

A inter-relação de circunstâncias que acompanham a atividade física determina, em grande parte, seu propósito; nesse sentido. as atividades físicas adaptadas constituem um termo amplo e geral que pretende abranger todas as áreas de intervenção não atendidas pelos programas de atividades físicas formais.

Os diferentes objetivos das atividades físicas tem como referencia a idade, o rendimento motor, o lazer e a recreação. As atividades físicas adaptadas tem o mesmo objetivo, que se concretiza, porém, e se faz de diferentes formas ao ser dirigido a pessoas com determinadas particularidades.

É grande a diversidade das atividades físicas adaptadas e é necessário lembrar que elas apresentam numerosas opções, dependendo do marco que se coloque. Esse fato indica a necessidade de formar, com maior profundidade de conhecimentos, os profissionais para atuar nessa área.

Originalmente, a expressão “educação física adaptada” foi usado nos anos 1950, nos EUA, para descrever programas escolares de educação física para crianças incapacitadas. Com a introdução da expressão “atividade física adaptada”, nos anos 1970, o conceito de Educação Física Adaptada se expandiu além do ambiente escolar e dos programas de educação física. No final dos anos 80, profissionais em todo mundo iniciaram um diálogo e intercâmbio internacional acerca de idéias sobre terminologia e definições. Muitas

definições foram propostas e continuam sendo discutidas e debatidas. Nesse momento uma importante evolução é a mudança de um modelo médico, em que a preocupação principal era o alívio dos distúrbios físicos, para um modelo educacional e de inclusão social, que enfatiza o desenvolvimento do domínio motor por meio da aprendizagem de habilidades motoras. As práticas são cada vez mais integradas e unificadas, como é o exemplo das modalidades esportivas unificadas das Olimpíadas Especiais.

Estas definições esclarecem que atividade física adaptada não está preocupada exclusivamente com populações que historicamente vêm sendo denominadas incapazes ou especiais; pelo contrário, a atual ênfase está nas diferenças e interações individuais e com o meio ambiente, que são manifestadas como físicas, mentais, sociais ou problemas emocionais e afetam a aquisição de um estilo de vida saudável, ativo e com lazer, integração e inclusão. Mais do que isso, a atividade física adaptada não é somente uma

expressão usada para descrever um corpo de conhecimento multidisciplinar, mas também uma base teórica para pesquisa e programação estratégica, para promover atividades físicas para indivíduos com particulares necessidades.

Nesse sentido a área acadêmica da Educação Física Adaptada deu largos passos nos últimos vinte anos, pois a definição da área de atuação profissional aconteceu na medida em que a área de conhecimento a ela correspondente tornou-se estabelecida,

Existem ainda particularidades da área, como a definição sobre a propriedade do trabalho ser ou não da Educação Física Adaptada. Torna-se necessário reconhecer que a área é dinâmica na busca de integração de conhecimentos e de criação de interfaces com outras áreas. Isso deve ser visto como uma virtude em vez de um problema. Constata-se um número crescente de grupos multidisciplinares procurando compreender e

gerar conhecimentos de procedimentos para um grande número de deficiências e distúrbios da saúde.

A atuação no campo da Educação Física Adaptada e a proposição de programas nessa área levanta algumas questões que ainda devem ser consideradas:

1 – Como as características estáveis e transitórias que geram necessidades especiais para o indivíduo influenciam a competência motora?

2 – Como a competência motora da população com necessidades especiais pode ser melhorada a partir da organização da prática da atividade motora que respeite as necessidades dessa população e possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida?

3 – Em que medida podem ser estabelecidas delimitações entre a atuação dos diferentes profissionais que estão direta ou indiretamente ligados à população com necessidades especiais?

4 – Como e quando há a necessidade de integração profissional ou do trabalho multi-disciplinar para resolver problemas complexos que envolvem pessoas com determinadas particularidades.

Acompanhando o dinamismo da área da Educação Física Adaptada e na busca de integração de conhecimentos e de criação de interfaces com outras áreas, apresentamos esse livro como mais uma contribuição para compreender e gerar conhecimentos de procedimentos necessários na formação dos profissionais para atuar nessa área.

Prefácio

Mais uma vez o ativo e competente Professor Luzimar Teixeira vem a campo, com o livro “Atividade física adaptada e saúde: da teoria à prática”, para transmitir seus conhecimentos, de forma simples e objetiva, a todos nós envolvidos direta ou indiretamente com a área da saúde. Há pelo menos 10 anos venho acompanhando de perto o incansável Professor, no sentido mais amplo da palavra, com suas características mais marcantes, a simpatia e o profissionalismo, procurando de todas as formas transmitir aos seus alunos -quase filhos-, com transbordante energia, os princípios fundamentais do conhecimento científico da atividade física como adjuvante indispensável ao tratamento de doenças crônicas. Seu currículo nos deixa claro o que vamos encontrar no texto, professor de graduação e pós-graduação da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, professor de pós-graduação pela Universidade Gama Filho e Uni FMU, coordenador do Instituto Punin de Informação e Referência em asma e referência nacional na área de atividade física adaptada à saúde. O livro, abordando temas como asma, alterações posturais, obesidade, gravidez, hipertensão, aspectos cardiovasculares e músculoesqueléticos e deficiências, entre muitos outros, procura, de forma clara, demonstrar a importância do trabalho interdisciplinar, com embasamento científico, para o equilíbrio de doenças crônicas ou situações fisiológicas que podem, de uma forma ou de outra, interferir na qualidade de vida do indivíduo. Enfim, todos estão convidados a desfrutar, assim como eu, desses ensinamentos transmitidos em mais esse ótimo livro do Professor Luzimar.

Fábio F. Morato Castro

Professor Livre-docente e Associado da Disciplina de Imunologia Clínica e Alergia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Supervisor do Serviço de Imunologia do Hospital das Clínicas de São Paulo.

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