Saiba o que ajuda na comunicação com quem não ouve:

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Dois meninos vestindo camiseta azul deficientes auditivos, um com a mão na orelha e outro com a mão na boca

Milena Dutra

Comunicar-se com quem não ouve exige, primeiro, o conhecimento das suas especificidades de comunicação. Os surdos não são iguais: alguns fazem leitura labial muito bem, outros só sabem comunicar-se por sinais, e outros comunicam-se das duas formas.

Gritar é uma atitude inadequada ao extremo e também a mais típica entre ouvintes desavisados quando tentam comunicar-se com um surdo. A tática é ineficaz e, muitas vezes, causa constrangimento por ser interpretada pelo surdo como uma ofensa a ele.

Outro erro é falar de maneira muito vagarosa, repetindo a frase várias vezes, abrindo e fechando a boca exageradamente, com a intenção de facilitar a leitura labial. É um engano pensar que essa tática ajuda.

O surdo, até mesmo o oralizado, pode não ter um vocabulário extenso. Portanto fale normalmente e, se perceber que ele não entendeu, use um sinônimo. Em vez de automóvel, fale carro, por exemplo).

Manter o rosto voltado para o surdo quando estiver falando com ele é imprescindível. Não apenas para deixar os lábios visíveis. A comunicação com um deficiente auditivo usa todas as outras pistas que ajudam nesse processo, como a expressão facial. “Por isso é comum falarem que o surdo fica olhando de maneira diferente o rosto das pessoas”.
Ao se comunicar com um surdo, não espere que ele seja mudo. Lembre-se de que todos têm cordas vocais e podem desenvolver a fala se treinarem.

Para quem não ouve, a expressão facial ajuda a captar sutilezas da comunicação transmitidas pela voz, como o tom irônico de uma frase, por exemplo. E atenção: pela expressão facial, dizem as fonoaudiólogas, os surdos costumam perceber com facilidade quando alguém está falando alguma coisa “da boca para fora”, por exemplo. “A expressão denuncia certos sentimentos”.

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